ESPECIAL EAD – Empreendedora triplica produção de pimentas com aprendizado do curso técnico

por Rebeca publicado 30/12/2019 12h55, última modificação 21/02/2020 18h38
As técnicas aprendidas pela produtora rural Samara Gentil Rodrigues nas aulas do curso Técnico em Agropecuária a distância melhoraram o rendimento dos negócios

Plantando, colhendo e comercializando molho de pimentas há pelo menos oito anos, a administradora de empresas e produtora rural Samara Gentil Rodrigues é uma das alunas do curso Técnico em Agropecuária na modalidade a distância oferecido pelo Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima. Ela produz em um sítio da região da Serra da Moça, distante 100 km do polo de estudos, o do Truaru da Cabeceira, comunidade indígena da região rural de Boa Vista. 

Com duração de um ano e meio, o curso obrigou Samara a percorrer 200 km para ir e voltar ao polo, uma vez ao mês, e aprender mais de uma área que ela julgava conhecer. As técnicas aprendidas durante as aulas a fizeram melhorar o rendimento dos negócios e, conforme declaração dela, durante o último encontro com gestores da EAD do IFRR antes da formatura, prevista para março de 2020, a produção de pimentas triplicou, e, por conseguinte, os lucros também. “O que eu aprendi com minha mãe, eu aprimorei aqui [no curso]”, disse.

Produtora rural e aluna da EAD Samara Gentil

A produtora mantém contrato com a maior rede de supermercados da cidade e com vários comércios/mercados, além de produzir molhos artesanais que comercializa. Antes de ganhar a terra para trabalhar, Samara era bancária e tinha começado mais um curso superior, o de Contabilidade. Mas, como sempre cultivou o desejo de trabalhar com a terra, largou tudo e resolveu investir no sítio.

“Minha mãe é de roça, criou sete filhos com plantação de pimenta, seis pegaram caminhos diferentes e só eu decidi voltar a trabalhar na terra. Chutei emprego, cidade, formatura. Minha filha já estava criada, deixei-a com o pai e fui trabalhar com o que eu sempre quis. Ganhei até um apelido, a louca, mas a louca hoje tem contratos com o Goiânia, mercados, peixaria, fora os molhos artesanais, em que a pessoa escolhe a pimenta, e eu desenvolvo”, explicou.

Produção triplicou - Foto: Divulgação

A matrícula dela no curso veio de uma forma inusitada. O marido, que é funcionário público, teria visto a oferta e o chamado para ir até o Amajari, sede do campus responsável pelo curso. Até então, ela não sabia o que faria até chegar lá. “Tinha que fazer “panha” (colheita da pimenta), mas ele [marido] me chamou para ir ao Amajari, topei e fomos, mas só que ele foi direto pro instituto. Ele estava com a pasta com as xérox dos meus documentos, e eu não sabia, e, quando cheguei lá, ele tinha me matriculado; só faltava eu levar os documentos”, contou sorrindo.

Samara diz que iniciou o curso para satisfazer o marido, mas começou a gostar, e nunca faltou a uma aula que não fosse por motivo de saúde. Até investiu em internet no sítio para conseguir fazer as atividades exigidas. O aprendizado das aulas mudou para melhor os negócios, uma vez que o trabalho é o mesmo, mas a rentabilidade e a produção triplicaram.  “Por ser criada no mundo da pimenta, eu batia no peito, muito ignorante, e falava que já sabia tudo, mas não sabia. Eu estava cometendo erros, e corrigi com o curso. Fazendo de maneira correta, consegui triplicar minha renda.”, frisou.

Polo Truaru da Cabeceira

Samara comenta ter outros certificados de cursos em várias áreas, mas esse que ela está concluindo veio para selar. “O curso veio contribuir de maneira muito satisfatória. Se tiver outro curso ligado ao solo, com certeza eu faço. Quero agradecer ao instituto, à equipe gestora, a todos os diretores e aos mestres, que incansavelmente viajam para ministrar aula nos polos. Se estavam com problemas de saúde, de família ou cansados, nunca deixaram que isso atrapalhasse as aulas. Agradeço imensamente aos mestres que vieram aqui, porque são maravilhosos”, finalizou. 

 

 
Ascom/IFRR
Rebeca Lopes
Fotos: Nenzinho Soares/IFRR e Divulgação
30/12/19

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