Cadeirante ajuda comissão a identificar pontos que garantam acessibilidade no Campus Amajari
Locomover-se e transitar sem dificuldade por ruas, avenidas, espaços públicos, escolas, faculdades, supermercados, comércio, praças é o sonho acalentado por pessoas com deficiência física, que enfrentam obstáculos diários para ir e vir. Esse é o caso do cadeirante Leonardo José da Costa, 15, morador da sede do Município do Amajari, distante 156 km da Capital.
Mudar esse panorama, pelo menos no espaço educacional, que a cada ano atende mais alunos, é o objetivo do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima (CAM-IFRR), que publicou, no dia 24 de novembro de 2016, a criação da Comissão de Acessibilidade, composta inicialmente por três membros, e que hoje conta com quatro servidores.
A comissão tem até final de maio para concluir o relatório apontando pontos e ações efetivas no Campus Amajari para garantir a acessibilidade de cadeirantes, cegos, surdos, obesos e anões. Nesta quinta-feira, dia 16, para contribuir com esse trabalho, o estudante Leonardo percorreu vários setores do campus, incluindo alojamento, ginásio, refeitório, salas de aula, biblioteca, banheiros e Direção-Geral.
À convite do presidente da comissão, Lourival Cardoso, a mãe de Leonardo, a fisioterapeuta Ana Gilma Pereira Costa, aceitou de pronto que o filho participasse desse momento, classificado por ela como importante. “Moro no município há quatro anos e é a primeira vez que vejo uma mobilização nesse sentido aqui. É muito importante para o município e mostra que o instituto está se adequando para receber alunos das mais variadas necessidades”, disse.
Durante a visita, Leonardo apontou os locais de maior dificuldade para se locomover. “A parte mais difícil foi chegar ao alojamento, devido às pedrinhas (britas), subir a rampa e entrar no ginásio. Para mim é importante fazer as adequações porque o cadeirante vai conseguir ter independência na sua locomoção”, afirmou o estudante.
Os primeiros passos da comissão foram relacionar, por meio de projeto arquitetônico do campus, os pontos que necessitam de adequação, para tornar o espaço acessível, e fazer estudos de leis e decretos. “Agora, foi bom trazer uma pessoa aqui, que vivencia as dificuldades de acessibilidade. A visita do Leonardo ratificou o que tínhamos apontado e acrescentou pontos a serem adequados”, explicou o presidente.
Na próxima semana, conforme Cardoso, a Comissão de Acessibilidade deve fazer visitas técnicas ao Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Roraima, ao Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coede) e à Associação dos Surdos.
Rebeca Lopes
CCS/CAM
16/3/17