EAD – Campus Amajari vai certificar quase 100 alunos do curso Técnico em Agropecuária
Mais uma importante ação de formação profissional técnica pelo Instituto Federal de Roraima ocorre nesta sexta-feira, 30 de outubro, às 17 horas. Trata-se da certificação pelo Campus Amajari (CAM) de 97 novos técnicos em agropecuária do curso subsequente ao ensino médio na modalidade de Educação a Distância. A transmissão será pelo Google Meet.
São estudantes com o ensino médio que aproveitaram a oferta do curso em 2018 para ganhar uma formação técnica. As aulas presenciais ocorreram em sete polos: sede do Amajari (Vila Brasil), Comunidade Indígena Truaru da Cabeceira (Boa Vista), Taiano (Alto Alegre), sede de Normandia, Comunidades Indígenas Raposa e Araçá da Serra (Normandia) e sede do Município do Uiramutã.
As certificações eram para ter ocorrido no primeiro semestre, mas, devido à pandemia, o Comitê de Crise para Enfrentamento do Coronavírus (CCEC) do IFRR decidiu suspender todas as atividades presenciais de ensino, pesquisa e extensão na instituição, em março de 2020, mantendo as atividades administrativas remotas. Na primeira quinzena de junho, atividades acadêmicas não presenciais foram retomadas em quatro dos cinco campi.
O diretor-geral do CAM, George Sterfson Barro, disse que foram muitos os desafios na oferta do ensino a distância, principalmente do ensino agrícola, mas que, com a colaboração de todos, foi possível chegar a esse momento. Entre as dificuldades enfrentadas estão as relacionadas à tecnologia, como falta de internet, e os poucos recursos.
De acordo com o diretor, não se faz nenhum trabalho sozinho. É preciso somar esforços para realizar um trabalho coletivo e de inclusão social. “E o mais importante é a inclusão social e a formação de profissionais para atuarem em seus municípios. Queremos agradecer à coordenação do curso, aos nossos professores, aos nossos técnicos administrativos, à nossa coordenação pedagógica e à Reitoria, por meio da Diretoria de Políticas de Educação a Distância (Dipead). Os desafios foram muitos, mas conseguimos superar e formar alunos de todos os polos”, comentou.
Sterfson comentou ainda que o Campus Amajari tem procurado, na medida do possível, dar oportunidade de formação profissional às pessoas que estão em locais mais longínquos do estado. “O importante é termos técnicos nos municípios, nessas comunidades, para que se desenvolvam atividades agrícolas com conhecimentos técnicos e novas tecnologias”, explicou.
Para a reitora pro tempore do IFRR, Sandra Mara Dias Botelho, oferecer oportunidade de formação técnica, na perspectiva de educação e trabalho, aos estudantes desses cinco municípios é garantir cidadania e propiciar o desenvolvimento regional no cumprimento da missão do IFRR. “Ratifico os agradecimentos do diretor aos discentes pela perseverança e também aos docentes e técnicos envolvidos no alcance dos objetivos desta oferta de curso desta modalidade por todos os desafios enfrentados", disse.
Técnicas aprendidas durante curso melhoram
produção e ajudam a preservar o meio ambiente
Noventa e sete novos técnicos em agropecuária serão certificados pelo Instituto Federal de Roraima/Campus Amajari nesta sexta-feira, 30, por meio de evento virtual pela plataforma Google Meet. É quase unanimidade entre eles a declaração de que deixaram de usar o fogo como forma do preparo da terra, ou seja, se depender dos novos profissionais, essa é uma “cultura” que ficou para trás.
Adotando as novas técnicas em suas comunidades, como a substituição do fogo, quatro alunos indígenas da turma do polo presencial do Araçá da Serra, em Normandia, já compartilharam, numa comunidade indígena próxima, técnicas de compostagem, por exemplo. Lucivânia Servino, técnica em cooperativismo pela EAD/CAM, faz parte desse grupo. Ela contou que adquiriu conhecimentos importantes para serem aplicados com a família e na comunidade. “Através do meu irmão, que dá aula na escola de lá (outra comunidade), a gente foi convidado para falar sobre nossa experiência”, disse.
Outro bom exemplo de respeito ao meio ambiente e melhoria do plantio com aplicação das técnicas aprendidas no decorrer do curso é o da aluna Deucineide Batista Alves, do polo da sede de Normandia, que chegou a pensar em desistir do curso. Na casa dela, aplicou os conhecimentos para plantar banana, feijão, mandioca e pimenta. “Eu plantava sem conhecimento e, às vezes, dava certo. Hoje, seguindo as orientações dos professores, eu corto a maniva de forma correta, e até comi banana de uma bananeira que nunca tinha dado cacho”, relatou.
A aluna do polo da Comunidade Indígena do Truaru da Cabeceira, em Boa Vista, Ederaima Matias da Silva diz ter aprendido muito sobre a importância de preservar o meio ambiente e que está repassando os ensinamentos aprendidos. Já explicou para a mãe e a tia que o fogo “acaba com a terra” e que as folhas queimadas viram adubo orgânico. “É muito importante manter a natureza no seu perfeito estado”, comentou.
Para a diretora da Dipead, Betânia Grisi, diante dos desafios de fazer o ensino a distância, que vão desde as dificuldades de ter, em todas as localidades, a estrutura mínima para receber as equipes de profissionais que fazem ocorrer a EAD até o acesso à internet, ouvir depoimentos de jovens e adultos de que o IFRR tem feito a diferença na vida deles é um combustível. “Estamos muito felizes com os resultados alcançados. Com todos os desafios, nós nos deparamos com resultados positivos, e isso nos motiva cada vez mais a buscar melhorias para a EAD”, afirmou.
Fotos: Gildo Júnior, Nenzinho Soares, Rebeca Lopes e Divulgação/Nead/CAM