Alunos autista e indígena do Campus Amajari participam de Olimpíada de Matemática

por Rebeca publicado 12/06/2023 13h17, última modificação 12/06/2023 13h17
Thamiris Rodrigues da Silva, 18 anos, da etnia wapichana, teve o melhor desempenho na primeira fase realizada no campus. Cícero Siriano da Silva Neto, 18 anos, se classificou dentro da política de cotas para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Dois alunos do 2º ano do curso técnico em Agropecuária do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima participaram da 2ª fase da Olimpíada de Matemática das Instituições Federais (OMIF). O evento ocorreu de 19 a 21 de maio, em Fortaleza (CE), no Instituto Federal do Ceará/Campus Fortaleza. Os dois receberam medalhas de participação.

Thamiris Rodrigues da Silva, 18 anos, da etnia wapichana, que mora numa fazenda da região de Amajari, teve o melhor desempenho na primeira fase realizada no campus. Cícero Siriano da Silva Neto, 18 anos, se classificou dentro da política de cotas para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), e se destacou entre os demais participantes com TEA do campus.

Na OMIF, os alunos participaram de prova objetiva na competição e demais atividades. Os dois relataram a sensação causada pela experiência de ser a primeira vez em todo o processo, ou seja, que participaram de uma olimpíada, de sair de Roraima, de viajar de avião, de ver o mar. “Me sinto muito feliz”, disse em poucas palavras Siriano, mas com brilho no olhar ao falar desse momento.

Thamiris lembra que teve muito preparo com o professor Róbson. “A gente se preparou muito. Sempre que a gente tinha algum tempo, ele (professor) tirava nossas dúvidas. E como foi minha primeira viagem, foi uma experiência única, porque foi a primeira vez que andei de avião, que eu conheci a praia. Foi uma experiência única que marcou todos nós aqui”, comentou.

O professor Róbson Lousa acompanhou os estudantes e avaliou a participação dos dois alunos como motivadora e incentivadora aos demais estudantes, inclusive para participação na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Essa também foi a primeira vez que na condição de docente acompanhando estudantes em um evento desse porte.

“Essa participação foi um grande incentivo para os demais colegas para se dedicarem mais nos estudos para as Olimpíadas de Matemática, como a própria OMIF e a OBMEP, que teve a primeira fase no último dia 30 de maio, e 13 estudantes do Campus Amajari irão participar da segunda fase da OBMEP, em outubro”, disse Lousa.

 

Cícero Siriano (E), Thamiris Rodrigues e o professor Róbson Lousa (D) - Foto Gildo Júnior/IFRR

 

O professor destacou como ponto alto do evento, a organização ter pensado na participação de estudantes do espectro autista. “Geralmente isso não acontece. Os alunos são tratados como iguais sem considerar as necessidades específicas. Essa foi a primeira olimpíada que eu vejo, que teve cota para esse público. Isso é muito importante e muito discutido durante o evento”, frisou Lousa.

Além disso, Lousa destacou a importância da troca de experiência e de contato entre alunos de todas as partes do país, incluindo um aluno do próprio IFRR. “Eles puderam ter contato com estudantes de outros campi do interior, incluindo o aluno do Campus Novo Paraíso, e de grandes cidades. Essa troca de experiência, que leva a motivação, acaba incentivando outros estudantes que não participaram, a se empenhar no desenvolvimento do estudo da matemática”, analisou.

 

 

Texto: Rebeca Lopes
Revisão: Antonio Matos
Fotos: Gildo Júnior/IFRR e Divulgação
Ascom/Reitoria
12/6/2023

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