Pesquisa que analisa impacto de outra língua entre alunos indígenas será apresentada em evento internacional

por Rebeca publicado 24/04/2017 15h55, última modificação 24/04/2017 18h10
A pesquisa sobre a “Construção identitária: relação entre o uso de línguas e o ser índio”, da professora de Língua Portuguesa do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima Jacinta Ferreira dos Santos Rodrigues, será apresentada na Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (Jilac), que ocorre em Brasília, nos dias 24 e 25 de abril

A pesquisa sobre a “Construção identitária: relação entre o uso de línguas e o ser índio”, da professora de Língua Portuguesa do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima Jacinta Ferreira dos Santos Rodrigues, será apresentada na Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (Jilac), que ocorre em Brasília, nos dias 24 e 25 de abril.

Com mais de 56% dos alunos autodeclarados indígenas no Campus Amajari, a pesquisa vai integrar a dissertação de mestrado da docente, que busca analisar de que maneira o uso das línguas indígena e portuguesa pelo aluno indígena do Campus Amajari influencia na representação que esse sujeito tem de si como índio.

Para ela, a seleção do artigo para ser apresentado no evento internacional, que contará com a presença e a participação de importantes pesquisadores da Universidade de Brasília e de outras instituições de ensino brasileiras e estrangeiras, é gratificante.

Serão vinte minutos de apresentação com slides e abertura para perguntas da plateia. Todo o trabalho de pesquisa tem a orientação da doutora Déborah Freitas.  “A gente vive essa realidade, mas, quando pensa que autores que dão suporte teórico para nossa pesquisa estarão lá, assistindo, dá um friozinho na barriga”, comentou.

Para a produção do artigo, a pesquisadora teve a colaboração de dez alunos das etnias wapixana, macuxi, ingaricó e taurepang, com idades e séries variadas, oriundos das Comunidades Indígenas Barata, Anta, Guariba, Pium, Boca da Mata, Manalai e Araça, e de outras do Município de Alto Alegre.

Depois de realizar a coleta de registro em busca da resposta para uma das duas subperguntas do mestrado (“Qual a concepção que o aluno tem da relação entre o uso das línguas e o ser índio?”), a pesquisa mostrou duas vertentes.

Segundo Jacinta, o contato com outra língua tem reflexos positivos, pois faz com que os alunos cresçam profissional e pessoalmente e, por estarem inseridos em um ambiente mix, exerçam influência sobre suas comunidades.

“Depreendi que esse contato com outras línguas torna o sujeito híbrido, proporcionando, em um ambiente multicultural, a troca de culturas, valores e costumes, que acarreta a influência, de maneira direta e indireta, das comunidades indígenas”, relata a docente na conclusão do artigo.

A pesquisa de mestrado visa criar um retorno social para os alunos indígenas e para o Campus Amajari, buscando trabalhar mais a temática indígena na unidade de ensino, procurando sensibilizar a instituição como um todo para ter um olhar diferenciado no processo ensino-aprendizagem dos estudantes indígenas.

 

Rebeca Lopes

Fotos e Textos: CCS/Campus Amajari

24/4/17

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